Life is life, na na na na na.

A inveja é uma das coisas que mais me tira do sério.

É mesmo.

E apesar de ser uma pessoa extremamente nervosa, admito, não é qualquer coisa que me tira do sério.

Bem, não é bem assim.

Às vezes uma coisa insignificante à vista de todos tem muita importância para mim.

Uma pequena insinuação sobre algo, uma indirecta, uma ironia de quinta classe (...) ui, está tudo fudido.

Desde sempre que a Sorte não é algo que me tem acompanhado, parece que nunca nos demos muito bem, é verdade... Mas, quando ela finalmente me bate à porta ou toca à campainha sob a forma de aventura, amor e acima de tudo amizade, aparece sempre algo para mandar essa sorte embora.

Até agora lutei por amizades, amores e sentimentos inúteis.

Pensei que ninguém era verdadeiro o suficiente para ser meu amigo, talvez as minhas exigências fossem demasiado altas e as pessoas demasiado fúteis.

Com o tempo perdem-se hábitos, e ganham-se outros. E que maus hábitos ganhei!

Passei a tratar bem pessoas que não merecem o mínimo de respeito da minha parte, tornei-me uma pessoal acessível e disponível para aturar cabras, bois e outros animais mal-cheirosos, deixei de fumar, deixei de escrever, de pintar, de sair à noite com os amigos, deixar de me rir com vontade, deixei de sentir a adrenalina no corpo, de fazer cenas repentinas e transpor limites, deixei de ouvir boa música, deixei de precisar de mimos, mudei tanto, fui mesmo otária.

Apesar de ter as mesmas pessoas de sempre ao meu lado, faltava-me alguma coisa.

Eu não era "eu". Foda-se! Qualquer anormal com dois dedos de testa conseguiria perceber a diferença.

Mas conheci a D, o que me fez sentir muito melhor comigo própria, e depois destes meses que parecem anos e que ao mesmo tempo parecem segundos recuperei muito daquilo que tinha perdido.

Voltei a falar regularmente com o R, o meu melhor amigo de sempre, e recuperei a outra metade de mim.

Mas, contra todos os factos, eu ainda não era "eu".

Até que o conheci. Ele era a última peça do puzzle.

Agora estou de volta.

Os meus pais já andam com os cabelos em pé outra vez.

Os stores já começaram a berrar nas aulas.

O céu voltou a ser azul.

A vida voltou a ter sentido.

Jack Daniel's voltou a saber a Jack Daniel's.

Um cigarro voltou a ser um cigarro.

Sair à noite voltou a ser divertido.

Ir às aulas voltou a ser um desafio.

Viver voltou a ser um desafio.

Estar contigo é um desafio, dos grandes.

E o resto é treta, as pitas continuam a existir é verdade, mas também é verdade que me voltaram a meter um nojo enorme; não tenho paciência para cabras nem pessoas falsas.

E duvido que uma pessoa normal dissesse isto no seu perfeito juízo " Eu estou muito feliz por ti... mas custa-me. Tu tens alguém e eu não. Eu também gostava que isso me acontecesse. Mas estou muito feliz. Porém não te esqueças, que nada dura para sempre." Alguém que fosse uma espécie de amiga, com A maiúsculo. Pronto. Era só isto.

Vou só ali fumar uns 120 cigarros e enforcar-me, e venho já ;)

(Asher Roth - I Love College)