Hoje estava na aula de Literatura e a S estava a falar de pesadelos, sonhos e de histórias de príncipes e princesas. A minha primeira reacção foi : nenhuma. Fiquei paralisada. Pensei um momento naquilo e desviei o assunto. A desculpa que me pareceu mais credível na altura foi : "nunca ouvi contos de fadas, ouve o stôr".
A verdade? Menti. Todos nós nos lembramos das histórias que ouvíamos antes de irmos dormir. Todos nós já vimos o filme da Bela Adormecida em que o príncipe sobe ao castelo e acorda-a com um beijo. Todos nós já vimos a Branca de Neve e os Sete anões, em que o príncipe também a acorda com um beijo. "Era uma vez uma menina humilde...ela conheceu o príncipe encantado e viveram felizes para sempre. Fim."
Hoje acho isto irónico. Aprendi que as histórias que não têm um fim concreto são as chamadas narrativas abertas, ou seja, não há um final específico. Logo, deduzimos que não foram felizes para sempre, podem ter sido só um certo tempo, não?
Bem, o que eu queria dizer é que as tretas dos contos de fadas não passam disso, de tretas que nos contam quando somos pequenos. Umas pessoas acreditam que um dia vão encontrar um príncipe e que vão ser felizes para sempre. Outros, como eu, não acreditam e aprendem o que é a verdadeira Realidade.
Nunca acreditei nessas histórinhas ridículas! Viver dói! A vida não é um conto de fadas! As pessoas não são felizes para sempre! Os contos de fadas não são a Realidade, é verdade, não são!
A Realidade dói, é obscura por vezes, é desgostosa, é uma merda, sim. Mas também é muito mais divertido que ter uma vida de príncipes e princesas, onde nada de mal acontece, onde nada de interessante acontece, onde não sentimos necessidade de lutar por ninguém, onde não temos necessidade de fazer nada.
Viver a vida no limite, quebrar regras, lutar por causas em que acreditámos, sofrer, sorrir, chorar, cair e levantar! Isto sim. Agora contos de fadas? Não me parece.
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