Mais um ano.
Mais uma época de consumo, de tradição e como sempre, repleta de ironia.
Ah! Ironia! É o que não falta nos típicos jantares da consoada.
O bacalhau, o peru, tudo enfeitado, e personagens em volta da mesa que convivem connosco apenas, e graças a Deus, uma vez por ano.
Aqueles bonecos sentados na mesa, com sorrisos falsos, que se apresentam perante nós.
Nem os conheço muito bem, e certamente não me conhecem a mim, mas fingem.
São uns mentirosos natos. E guardo-lhes rancor por isso.
No entanto, às doze badaladas, abrem-se os presentes.
E a desilusão, ano após ano, instala-se em mim e teima em não sair.
Perfumes nojentos, escolhidos apressadamente, que fazem lembrar maçãs podres, envoltas numa mistura de morango com açucar. Em suma, preferia lamber merda.. pois certamente iria cheirar melhor.
Chamem-me "mal agradecida", "rude" ou até "ingrata".. mas o Natal é uma grandessíssima farsa.
E não me estou a queixar das prendas, mas sim do oportunismo e falsidade que vêm com elas.
Se me conhecessem, não me davam aquilo.
Se não fossem consumistas, nem sequer davam valor às prendas.
Mas sim ao verdadeiro sentido desta época.. seja ele qual for! Se é que ele existe..
totalmente de acordo!
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